Areia Branca

Um fim de semana fora... era tudo o que estavamos a precisar! Acordámos sábado de manhã... e estavas estranho comigo, não percebia porquê, achava que era só sono... mas à medida que o dia ia avançando, percebia que algo se passava... Mas sinceramente não liguei muito! A luz acesa no tablier do carro e o barulho que este fazia, era motivo mais do que suficiente para a tua "indiferença".
Chegámos à Areia Branca mais descansados, pelo menos tinhamos lá chegado! A mesa estava posta, o almoço a acabar de fazer. No picadeiro estava o "Teddy" (não o bear, mas o horse!), entre festas e cenouras, trocámos meia duzia de palavras, na esperança de perceber o que te incomodava... mas fiquei na mesma! Optei por te dar o teu espaço, quando quisesses havias de te chegar a mim...
A tarde foi passada no sofá da sala, à lareira e muito "aninhados" um no outro... e depressa chegou a hora de jantar. Cozido à portuguesa...
Todos sentados à volta da mesa na sala... Estavas à minha frente e devias estar já a estranhar a minha falta de atenção porque começaste a meter te comigo...
Nessa altura disse-te para irmos fumar um cigarro, precisava saber o que se passava... Finalmente percebi e apesar da semana "propicía" à tua insegurança, disse te não tinhas motivos para te sentires inseguro. Dei te um abraço apertadinho, trocámos um beijo meigo e fomos pra cima novamente... O resto da noite foi passada em grande cumplicidade ao teu colo no sofá!
No Domingo enquanto ainda dormias, fui dar um passeio à praia, ver o mar, sentir o calor do sol... Quando voltei estavas cheio de saudades minhas... E pouco depois era já hora de regressar! Voltou a dor de cabeça... A luz no tablier e o barulho do carro... e por fim a preocupação de qual o problema...
Finalmente em casa... Era tempo de organizar a semana de trabalho e eu parecia prever uma longa e dura semana! Foi um fim de semana diferente, calmo e tranquilo...

Para meu espanto...

Uma certa "Coelha" que eu conheço escreveu sobre mim:
"Só nos vimos uma vez, a proprietária deste tal blog e eu.
Mentira. Vimo-nos duas vezes, mas da primeira já ela não se recordava.
Seja como for, a que conta é esta vez de que vou falar. Foi há pouco mais de 8 meses no jantar de aniversário de uma amiga que temos em comum. Éramos 7 pessoas à mesa, ela estava numa ponta e eu noutra. Não deu para grande convívio e diga-se de passagem que eu não estava para grandes conversas. Não que estivesse de mau humor, estava era com uma camada de gripe em cima, chegada naquela mesma manhã de sexta-feira e não havia lenços que resistissem. Falou-se em blogs. Eu disse que tinha um, mas que por enquanto mantinha-o só para mim. Ela disse-me o mesmo. Não lhe tinha dado grandes configurações, nem tinha restringido acessos, mas se quisesse que alguém tivesse acesso, dava o link. Encarava o blog como um diário, algo de muito pessoal. Era onde exteriorizava tudo o que sentia, um escape. Pensei que a finalidade de um diário é mesmo essa. Às vezes queremos gritar, mas não podemos. Às vezes queremos dizer algo a alguém, mas o discurso não sai como queremos. Às vezes queremos que nos ouçam, mas não ao mesmo tempo em que estamos a falar. E às vezes é tão difícil encontrar o momento ideal para se dar inicio a uma conversa séria. Ficámo-nos a conhecer melhor durante o resto da noite, enquanto se continuava a festejar o aniversário, entre fatias de bolo e caipirinhas, ao som da banda que tocava ao vivo num palco improvisado na colectividade para onde tinhamos ido. Os rapazes iam tratando de manter os copos cheios enquanto nós, as raparigas íamos conversando e dando um passinho de dança pelo meio. Bem, elas pelo menos iam dando um passinho de dança... eu já tinha perdido a sensibilidade no nariz e sentia-me como se tivesse levado uma tareia, mas festa é festa... e o meu carro estava a uns 20 km de distância! Enfim, isto tudo para dizer o quê? Que simpatizámos uma com a outra, acabámos por nos adicionar no messenger, que nunca mais nos vimos, mas não deixámos de falar e de vez em quando lá surgem umas trocas de linhas no msn. Portanto, mal nos conhecemos. Ora aqui há tempos esta menina deu-me o link para o seu blog e eu, ainda antes de o visitar, juntei-o à minha lista de Quintais Vizinhos. É um blog simples, de visual simples e despretensioso. Os sentimentos são transferidos para o leitor com tal facilidade que é como se estivéssemos frente a frente, a partilhar o momento. Fui espreitá-lo hoje outra vez. Gosto muito de o ler. Arrebata com os sentimentos que partilha, atrevo-me mesmo a dizer que se consegue ver e sentir o que lhe ia na alma naquele momento. O link? Não vou dizer qual é. Retirei-o da lista dos Quintais. Acho-o muito íntimo e não sei até que ponto ela quer que toda a gente o conheça, embora me tenha dado a conhecer o endereço de uma forma muito pública. Basta saberem que há coisas simples e ao mesmo tempo maravilhosas no mundo da blogosfera."
Obrigada por tudo... Volto a frisar que os amigos vivem "escondidos" nos nossos corações...

O patamar seguinte

Passaram cerca de 10 meses desde que as nossas vidas mudaram... Passamos para um patamar superior... partilhamos não só o mesmo amor, mas tb o mesmo espaço...
Não foi uma decisão fácil para nenhum de nós... Tu nunca tinhas vivido com ninguém, e eu... eu... queria que desta vez fosse decisiva, porém ainda hoje tenho receio de falhar...
Tudo mudou... passámos a dormir juntos todos os dias, a organizar o nosso dia a dia em conjunto, os fins de semana são smp a dois (ou três)... em suma, PERFEITO!
Gosto de te observar quando cozinhas, quando brincas com a "nossa" menina, como tratas do Fish! Gosto quando me abraças e beijas quando lavo a loiça, quando entras na banheira a meio do meu banho, quando me dizes que gostas muito de mim quando já estou a dormir...
Gosto quando vamos juntos às compras e me perguntas se quero alguma coisa... Quando me ligas só pra saber o que anda a fazer o amor da tua vida...
Mas ao longo deste tempo, aprendi que nem tudo é perfeito... e que temos de nos habituar às pessoas! Os hábitos de cada um, os horários dos empregos, as tarefas domésticas... Nada disso fazia parte do meu dia a dia, era só comigo que contava e o meu espaço era "intocável e impenetrável"... Mas é obrigação dos dois ultrapassar essas barreiras alimentando o nosso amor.
Por vezes sou injusta, pouco paciente e talvez até nem exponha directamente o que me incomoda, em parte é o meu receio de te perder e me magoar, mas ao mesmo tempo é a forma que tenho de te mostrar que também tu tens de fazer pela nossa relação, que o trabalho não é a nossa unica responsabilidade e que alimentar a nossa paixão faz parte da responsabilidade que assumimos um com o outro... Por muito que resmungue, amue ou embirre com o que te rodeia... sou completamente apaixonada por ti e quero continuar!